20.12.10

Uma menina que não tinha nome e nem tamanho

Conheci uma menina que não se chamava,
que pintava o sete, que pintava telas,
desenhava o mundo, mas não tinha nome.
Gostava de se fantasiar de lua, de rua,
de verdade, nua e crua.
Era assim...transparente, mas quando o sol batia refletia cores,
como o arco-íris depois da chuva.
A chamavam "LIBERDADE", tinha sete vidas e muitos amores.
Como bolinha de sabão dançando no ar,
era de veneta, e não sabia não amar.
Amava o lado de dentro, o vento e também o lado de fora.
Por ali aos arredores, tudo era seu,
o verde da mata, o azul do céu e até Deus.
Amava as suas dores, o caminho e as suas flores.
Era imensa, intensa, assim do tamanho do mar,
do tamanho do ar entranhando os pulmões.
Era dessas pessoas que não tem fim, também não tinha começo,
tudo nela era meio: meio de chegar, meio de existir, meio de ficar.
Mas não sentava no meio, ah isso não! Era desconfortavelmente apertado!
Gostava da janela, vento na cara e de espaço pra estar.
Também não se contentava com o meio de caminho,
ou era mais, ou era menos. Nunca mais ou menos!
Assim, estava sempre nos extremos:
extremamente sofrendo, extremamente sentindo, extremamente querendo.
Deveria se chamar "VIDA", a tal menina, porque estava simplesmente vivendo.

8.12.10

Se é assim...

Tolices, caminhos, descreditos, fim.
Todos os caminhos levavam ao fim.
Tão fácil! Simplesmente assim.
As aceitações, as faltas de opções
e as faltas,
as não tentativas,
fim.
O caminho mais fácil, sempre e nada me fazia acreditar,
sempre seria assim.
Ausência da vontade de mudar,
deixar tudo pra lá.
Pra que tentar?
Que sentimento?
Então só finalizar.
Deixar de ser
fim.