12.1.12

Companhia

Eu sabia viver quando era eu a ir...
Um ser "só",  pode caminhar na direção em que o nariz apontar.
E eu que sempre quis e fui só, fiz minhas escolhas. Tive acompanhantes pelo caminho.
Ônus? Bônus? Só eu a saber. E pra que mais alguém?
Antes, as necessidades dos outros sempre me invadiram territórios, sem que eu levantasse barreiras.
Os julgamentos nunca tiveram limites. Isso "antes"! Mas agora, da porta pra fora.
O dito pelo não dito? Antes o grito!! Porque calar já não é mais...dá cancêr!
Um dia acordei e resolvi transgredir a oferta de ser o que se quis ver e me tornei o avesso, o que faz mal pra vista, o que desassossega, o mal polido.
Topei as dores em troca de toda a verdade que eu pudesse suportar. E me perdi do eixo.
Era só sentir o sangue correndo nas veias e arrepiando os poros. Apenas deixar os sentimentos virem e por vezes sufocar o peito. A mente me prega peças, trabalhando sem parar o consciente e me dizendo no inconsiente verdades sobre meus medos e defeitos.

Um dia, tentei ser companhia, até me sai bem no ato, mas o fato é que nas opções me perdi.
Aonde o erro? Percebi. Nunca antes soube "aceitar" companhia. Espaços, tempo e planos eram roterizados e intensificados de acordo com o clarear do dia, a intensidade dos raios do sol e com as fases lunares.

Ainda que impelida por forças paradoxais, sigo tentando me manter de pé e achar o um lugar entre os meus extremos.
Hoje sei que a lama nunca foi o meu lugar, mas me deixei afundar e provar dos subterrâneos, me preparei para os escuros dos meus porões me esmerei em curtir o frio absoluto de minha alma.
O tempo foi cumprindo seu papel e de tanto sofrer fui percebendo a mutação, trocando a pele, me permitindo corar ao sol, aquecer o sangue.

E aí, você passou me oferecendo vida, a sua vida.
E eu? Me dei equlíbrio, mudei o estilo, reconstrui base e aceitei a parceria.
Te fiz companheiro, confidente e me refiz em harmonia.