12.2.19

Quanto tempo dura o para sempre...

Eu te amo assim...
De um jeito meio torto,
meio santo, meio louco
quase lúcido, as vezes torpe
meio errante, mas a quem cabe o julgamento?
Se te amo para sempre
De um jeito assim brejeiro,
meio pele, meio alma
quase bobo, as vezes sério
meio solto, mas pra que aprisionar a quem?
Se não tem razão de ser ou de não ser
meio leve, meio fogo
quase verdade e as vezes penso
sou meio eu, e a outra metade você
Se eu te amo livre, então voa
pássaro que quer ninho, então vai
e se não for você, não te amarei mais
que fique em nós a tatuagem
para que nunca esqueçamos nós dois
e se tudo muda que não nos machuque
o peso da concessão pela tentativa do que
devemos ou não, o certo ou o errado, o fim e o começo
e se tudo é relativo, não somos o caminho certo
e nunca fomos o errado
não esqueça de nós e quem sabe um dia os ventos vão nos buscar?
E quem sabe um dia outra esquina em comum...
Te amo! Desse jeito assim meio sem jeito...
Mas amo mesmo, são as histórias com finais felizes.

1.5.16

Não me cortem as asas

Viver do medo, da culpa é uma prisão em vida.
Não me cortem as asas, pois foi para voar que me fizeram pássaro.
Os muros não me aprisionam, mas a sua gaiola de saberes me diferencia e exclui,
 me separando e me dizendo que me darás de comer e beber para que eu cante pra você.
Assim me dizes que estou dentro e em melhores condições, protegido do mundo que fere.
Quando tu és fera e eu ferido. Me permita o céu e de lá poder ter a sensação de amplitude do livre estar.  Porque me limitar? Pássaro cego o Assum Preto, que não pode ver a luz, a cor do mundo.
Eu Sabiá, pois fiz "tantos planos de me enganar,
como fiz enganos, de me encontrar, como fiz estradas de me perder".
Não, eu não vestirei a mortalha do tilintar dos relógios. Eu passarinho!!!

Condição

A vida vale cada tolice, cada malcriação do filho maior é o choro do menor. A vida vale todo amor passado, cada dor sentida, cada ruga vivida! A vida é o filho crescendo, a conta atrasada e o tempo correndo! A vida é sentir a respiração, pulsar do coração e toda emoção! A vida é plena, intensidade e explosão! A vida é alma, sensibilidade e intuição! A vida...abismo, pássaro voando e contramão! Se jogar é preciso! Alçar vôo é necessário! Amar é condição!

Asas de luar

O ontem passou e deixou um cheiro de rosas!
Deixou uma luz acesa na cabeceira
e o livro aberto naquela página que marquei com caneta vermelha.
Hoje ao acordar, uma ressaca de   pensamentos e o corpo ainda abraçado aos sonhos.
Corro a rascunhar a realidade num dia novo e me faço algumas novas propostas
e outras mesmas que ainda não cumpri.  Me convencendo a ser com a força que escrevinhei.
Vou "me acreditando" e aceitando esse sopro dourado de energia solar.
Saio a vagar por mais uma noite, pedindo aos anjos e as estrelas
que me contem seus segredos mais profundos,
 e faço promessas de acreditar!
Se me lembro não sei...
mas acordo achando que aprendi a "borboletear"!

22.6.14

Simples assim

Conheci um menino que não tinha crenças,
também não tinha essa tal maturidade de que falam por aí,!
Não acreditava no que se dizia e se espalhava...
Era feito de vento, verdades,
que acreditavam ingenuidade, mas era só coisa pura, coisa nua, peito aberto.
Bobo não era...era bom!
Era tipo coisa crua e dos homens fazia pouco com seus ares de intelectuais,
porque dele só vinha o que era manacial, que fluia rio e a arte que jorrava pelos poros.
A arte que lhe salvava toda vez que parecia se afogar num mar de filosofias pregadas.
Era suavemente inocência, porque era leve, porque era sinceridade,
mas não era tolo ou bufão, era límpido, era nascente.
Eu que me esmerava para entender, o que, o porquê, quem vinha e pra onde ia, não entendia.
Mas não era coisa pra se entender, era só estrada, passagem sem volta.
Não sabia pra onde ia mas fazia o melhor caminho e em cada parada não se destinava,
apenas continuava do jeito que sabia, seguia.
Em que pé estava não pensava, mas em suas meninices, era o melhor homem que já tive,
era o melhor exemplo, a melhor circunstância, a maior segurança, o lugar mais calmo,
o melhor criador, genitor, protetor, cuidador, autor da história mais linda que já vivi.
O meu cais!

13.9.12

E se quiser saber de mim...

Mais alguns dias para o recomeço
e que este infinito particular me sorva e me salve.
Toda essa percepção que de tanta dói
e mesmo assim eu me arrisco e me lanço nestes mesmos abismos.
Escutei que as linhas nas palmas de minhas mãos eram de vida com muitos cortes, fins e recomeços.
E eu que só queria a eternidade de um amor intenso como a chama.


Peço que a loucura me livre de toda essa realidade, de toda essa existência.
tantas vida ao meu redor e eu me percebendo cada dia mais só.
Sinto todo o vazio das palavras não ditas e o frio da distância entre o que sou e o alvo pretendido.
Esse retrocesso constante onde o meu esforço se cansou de tentar reverter os intervalos de duas vidas.

Todo o amor que me transpõe
não tem o tamanho suficiente para te fazer permanente
porque você não faz questão de estar
Sua presença é vulto e você não toma pra si o que te dou
Eu sou efervecência e a minha sobra está sempre transbordante


É tudo tão meu e tão incompreensível para o mundo que gira sem parar e sem saber de mim.
Estou buscando forças, porque estou em estado de semente, mas em breve irromperei a terra e brotarei em flor e fruto.
E se quiser saber de mim? Que me inspire, que me trague, que me toque, que me sinta...
ou me deixe passar porque sou estação, sou fase...
E não corra o risco! Não me experimente! Porque sou volátil, mas também sou indelével!

18.5.12

Meus votos

Parece que foi ontem que cruzei o seu olhar
meio sem querer, meio sem saber, meio sem olhar.
E eu que não acreditava encontrei ao seu lado o meu lugar,
o nosso ninho e esse amor.
Foi no seu abraço que encostei a minha vida,
que encontrei o meu destino
e hoje só sei viver em suas proximidades
e ser em sua companhia
Parece que foi ontem, que voltei a sonhar
e que acreditei que o meu príncipe encantado
que viria me buscar montado em um cavalo branco era real.
E eu nem pensava em te amar desse jeito.
Hoje sou muito mais mulher,
sou inteira, mais verdade.
Que todos os anjos aqui presentes,
e sabemos que eles vieram, abençoem a nossa união,
essa família linda e o fruto desse nosso amor, nosso filho.
A palavra especial, não define a pessoa que tenho ao meu lado,
um homem sensível, de caráter indiscutível,
amigo, amável, que tem um coração de menino,
uma alma pura e clara que eu tive o prazer de conhecer e compartilhar.
"Eu sei que vou te amar
Por toda a minha vida eu vou te amar
Em cada despedida eu vou te amar
Desesperadamente, eu sei que vou te amar
E cada verso meu será
Prá te dizer que eu sei que vou te amar
Por toda minha vida."

17.5.12

Antes do não

Agora se fez um silêncio inerte, aonde corpos dormem enquanto almas vão passear.
Mas em mim, há um burburinho de mesa de bar,
muitas vozes, ao mesmo tempo, descompassadas, descompensadas
que não se entendem ou não se importam, mas falam assim mesmo, sem parar.
Há um desalinho e pouca calma em um momento de aviso sísmico,
e em mim tudo é esbarramento, desordem, apressamento.

E nesse misto de sensações, tenho a percepção de como nos perdemos sem saber,
do que queremos sem de fato querer.
E por fim, o que deixamos pra trás sem perceber que a estação mudou. 
Nessa correnteza abrupta, que nos retira da inércia à força,
passamos pela vida, sem a vivenciarmos. Apenas passamos.
E como diria o coelho da Alice:
"Não posso parar, estou atrasado, muito atrasado!"

Enquanto tentávamos alcançar a estante de cima na ponta dos pés
e nos equilibrávarmos nos enormes sapatos de nossos pais e espelhos,
se ia a ingenuidade da infância, assim sem querer.
E depois, se ia o aventurar da adolescência,
enquanto esquecíamos de traduzir o fugir em emoção e o impossível em ação.
Enquanto tentávamos em vão, não sermos tolos românticos, ou caretas nostálgicos.

Dias passados, notamos que as cores se foram, e que estamos sem brilho, sem luz...
E no espelho, agora encontramos senhores capitalistas e donos do imenso vazio que instauramos.
Estamos à beira de nós mesmos,
tentando fugir do nada, pra lugar nenhum,
num mundo de burocracia onde o coração perdeu a prioridade.
Onde deitar no campo e olhar o sol se pôr  já não se chama viver.
Então percebemos que deveríamos ter sentido, chorado, amado, vivido bem mais.

Hoje digo não a esse turbilhão,
que calem-se as línguas cansadas,
é hora de ouvir esse velho coração.
Antes que seja ele a dizer não.

15.3.12

Pressentimento

Uma força de repulsão me tirou do eixo e me jogou no mundo.
Fui determinando meus caminhos sem perceber ou enxergar aonde iriam dar.
Em muitos momentos me sentia num vácuo sem fim,
apenas caindo, indo de encontro ao nada.
Desconhecendo o destino mas pressentindo,
como uma inteligência emocional adquirida ao longo do percurso,
como se uma voz no vento me soprasse: segue!
E permitindo estes meus impulsos sempre intensos, segui.
Por muitas vezes a venda aos olhos e o escuro proporcionado me angustiavam o peito,
mas mesmo de olhos fechados, uma claridade interior e uma mão me amparavam.
Ela sempre esteve comigo, como a mão que descreve Clarice em "A paixão segundo G.H.".
E quando e sempre que ela se solta de mim, estou no lugar em que deveria estar.
Não que eu a possa soltá-la ainda, mas nesse exato momento, um flash,
e pude entender que eu fiz o que precisava,
que os caminhos estão fluindo em direção àquela luz interior
e que eu só posso contemplá-la, de olhos fechados.
Um milagre, uma lágrima e aquela neblina cerrada que não permitia a visão do destino, está se abrindo.
Os dias estão mais belos, e coloridos, e plenos,  e cheios de amor,
e voltam a fazer sentido depois desta longa estiagem,
depois desta curva, desta brisa na face, do ar fresco nos pulmões.
Hoje, esta luminosidade é tão menos ofuscante e mais reconfortante.
E o calor de colo, de abraço, dos corpos enlaçados
e este cheiro de mar, da sua pele, da nossa casa quando retornamos a ela
o sentimento do afago, do abrigo, dos teus braços, do ventre materno...e eu volto pra lá e espero.
Espero cada dia como se fosse único, espero por mim, por você, pela vida.
Estou tão resguardada, tão segura e confiante de que estou chegando ao ponto em que
largarei mais uma vez esta mão amiga...para estar no meu lugar!
Que venham estes dias! Não tão depressa que eu não possa curti-los,
mas que venham únicos e que me levem devagar daqui.
E eu ? Aprazivelmente, como nunca antes me concedi, acredito, aceito e espero!