26.1.11

Será minha a contra dança?

Antes era sim de se pensar em música,
era sim de te esperar.
Porque você sempre viria
a me chamar para a contra dança.
Você estava e me encantava!
Hoje não entendo bem.
Qual motivação
que já não sinto àquela?
Dizem que o tempo faz com que tudo se esvazie em proporção
Eu? Não posso acreditar!
Porque tudo em mim é tanto...
Não minimize minhas atenções e desatenções
meus alentos e desencantos.
Uma hora há de virar abóbora o conto,
há de morrer o canto.
E eu te tirei pra dançar,
Mas que não se repitam os meus erros
porque dor que fica não se explica.

Ensurdecedor

Momento esse em que tudo cala
e o silêncio intui a vida que não vivi
aguçando os sentidos, um a um, como se tudo fosse mais
na falta da fala, escuta então.
É como se o vento ninasse
e a noite, pausa para os corpos cansados
as línguas exaustas, as palavras surradas.

Tempo de pensar, acomodar, organizar
ah, esse silêncio que regozija
que traz inquietude de dentro pra fora
silêncio que movimenta a engrenagem da mente
que faz um tic, tac incessante.

Mas aqui fora, quanta paz...
Há de se estranhar
mas eu, só quero um lugar.
Não dito, pelo dito e que fique em mim
Então pausa, pausa para a respiração, para rebater a loucura,
a pausa do retrato...pausa para ouvir todo este silêncio.

3.1.11

Pra poder sonhar

Flamejante, saltitava entre a vida e os abismos.
Medos? Os tinha. Mas não se escondia.
Se disfarçava, mas só pra brincar o carnaval.
O resto estava na cara, lavada e exposta ao sol.
O coração maior que o mundo e às vezes,
caia do alto, mas não deixava de subir em árvores,
as mais frondosas, as copas mais elevadas.
Porque de lá, podia ver melhor a paisagem que ganhava o longe.

Pé no chão pra trocar energia e a alma clara.
Mãos querendo alcançar as nuvens e o céu era o limite.
Brincava de relampear, por vezes chegava a trovejar.
Só dormia pra poder sonhar, porque a vida era pra se desejar.
era pura demais pra desacreditar do amor dos homens
Amor que nunca tem fim, era assim, prosa com a vida,
de amores cheio de cores e amores, e mais amores...

Outras horas, se enchia de dúvidas e dores
depois se enchia de lágrimas e lavava os olhos
e desanuviava o coração
assim deixava o piano no meio da sala
porque o que desejava mesmo, era a leveza das asas