24.3.10

Intuição

Atenta a um novo movimento, um novo olhar sobre o todo.
Experimentando uma sensação cheia de vontade própria,
um momento de conciliação comigo mesma
e uma vontade de não morrer por enquanto...
Para ver o sol nascer todos os dias, e de novo e mais uma vez
porque esse é o plano e a vida é agora!
Esperando a luz de cada raio, para que tudo faça sentido por mais um dia.
Retomar o caminho que por um instante se tornou desvio.
Aceitando o outro, os erros, revigorando e me expondo em foco.
Canalizando o melhor e o pior de mim em via de mão única, um único sentido.
Religar os motores e deixar que tudo tome partido,
que se afinem os que de fato se aproximam para aditar.

Agora que tudo se abre em ases e que o sofrer é apenas crescimento,
a felicidade é apenas doação, as interseções se fecham em loco,
é aqui, a dimensão aonde volta a fazer sentido.

Em voltas que o mundo dá, perde-se para ganhar
e o mal se faz necessário para que se volte a respirar,
para abrir os poros porque exalar é preciso, é de dentro pra fora, constância.
É o que está gritando para ser expelido.
Quando a paz se instala num profundo reencontro,
quando o desequilíbrio encontra as verdades,
começa a se desenhar a essência, o invólucro é quebrado e o momento estável.
O sossego não mais incomoda e a busca cessa.
Aonde a sede é tanta que os goles inebriam e o prazer se aloja.
O que sou eu está, o que é meu em mim.
As inquietações não mais imaturas, nunca armaduras, as recebo e as concebo.
As marcas doloridas, mas dessa dor que constrói, desarma
e toda sinalização me faz mapa de rota,
sem fuga, sem selo, sem rótulo, sem manual.

Não mais a aceitação em tons de permissividade,
nem tão pouco a negação em cores rosa choque,
apenas o saber em tons pastéis, com palhetas de cores quentes para contrastar.
O que faz parte deste percurso, será resgatado a seu tempo,
porque o caminho é aquele por onde já passei,
mas o farei de forma diferenciada,
cada erro e acerto, todos outros,
para fazer sentido, para experimentar, para renovar
para acreditar, para aceitar,
para restabelecer a humildade o perdão e os ensinamentos do bem real,
aquele que me propus em algum ponto de onde conseguia enxergar
os resvalos, os descaminhos, os tropeços e ainda assim ser caminho de luz.

5.3.10

Labirinto

A ordem e a desordem de fatos e atos
é tudo atemporal na mais perfeita imperfeição.
Falar do que podemos controlar,
mas com as mãos abertas, estão livres as possibilidades.
O só sentir, a emoção, o não racional,
o não estar preparado para o que a vida apresenta.
Não era tudo pra já,
mas o daqui a pouco? Não existe mais.
As vitòrias e derrotas perante o amor.
E eu que já estou cansada deste lugar comum!
Porque tanta repetição?
Eu passo por aqui todas às vezes,
tantas vezes que já perdi a conta.
Não pode ser sem intenção
ou seja lá qualquer pré diposição
se é carnal ou espiritual
não consigo entender porque me sinto no tal espiral
nada passa longe de ser o que já foi, e volta a ser
quando espero conseguir projetar desejos, anseios,
talvez egóicamente não deixe a vida agir
me digo interiormente o que queria:
quem sabe mudar os personagens, sair da história
desistir, ter possibilidades de fazer diferente
A vida, há vida, há medo, o medo
mas agora tá tudo tão sem perspectiva,
presa nesse labirinto, só me bato contra as paredes
eu quis tanto e não consigo conceber
Conceber...sim, não consigo acreditar, mas não sei como desistir
Não me perdoaria se errasse o caminho que já trilhei
me sinto impotente, inoperante,
o presente, um milagre, mas que horas são?
Não faz mais meu estilo perder a hora.
Ser forte pelos outros e
deixar a minha história pra mais tarde!
Porque não fui forte antes?
Sempre patinando, sempre desejando e nunca realizando.
Eu não me permito jogar tudo água a baixo, não de novo!
Posso não ter outras oportunidades!
Ainda tenho as minhas mãos, eu posso fazer,
ninguém pode me dizer o contrário.
Não deixo mais ninguém me machucar
não deixo mais dizerem o que é bom pra mim
A intuição, tudo que vivi, o que senti
vou me deixar conduzir pelo que enxergo bem aqui dentro
sei que alcançarei um lugar onde poderei descansar
aonde nada será imposto,
lá será só vida, arte e recompensa.