18.5.12

Meus votos

Parece que foi ontem que cruzei o seu olhar
meio sem querer, meio sem saber, meio sem olhar.
E eu que não acreditava encontrei ao seu lado o meu lugar,
o nosso ninho e esse amor.
Foi no seu abraço que encostei a minha vida,
que encontrei o meu destino
e hoje só sei viver em suas proximidades
e ser em sua companhia
Parece que foi ontem, que voltei a sonhar
e que acreditei que o meu príncipe encantado
que viria me buscar montado em um cavalo branco era real.
E eu nem pensava em te amar desse jeito.
Hoje sou muito mais mulher,
sou inteira, mais verdade.
Que todos os anjos aqui presentes,
e sabemos que eles vieram, abençoem a nossa união,
essa família linda e o fruto desse nosso amor, nosso filho.
A palavra especial, não define a pessoa que tenho ao meu lado,
um homem sensível, de caráter indiscutível,
amigo, amável, que tem um coração de menino,
uma alma pura e clara que eu tive o prazer de conhecer e compartilhar.
"Eu sei que vou te amar
Por toda a minha vida eu vou te amar
Em cada despedida eu vou te amar
Desesperadamente, eu sei que vou te amar
E cada verso meu será
Prá te dizer que eu sei que vou te amar
Por toda minha vida."

17.5.12

Antes do não

Agora se fez um silêncio inerte, aonde corpos dormem enquanto almas vão passear.
Mas em mim, há um burburinho de mesa de bar,
muitas vozes, ao mesmo tempo, descompassadas, descompensadas
que não se entendem ou não se importam, mas falam assim mesmo, sem parar.
Há um desalinho e pouca calma em um momento de aviso sísmico,
e em mim tudo é esbarramento, desordem, apressamento.

E nesse misto de sensações, tenho a percepção de como nos perdemos sem saber,
do que queremos sem de fato querer.
E por fim, o que deixamos pra trás sem perceber que a estação mudou. 
Nessa correnteza abrupta, que nos retira da inércia à força,
passamos pela vida, sem a vivenciarmos. Apenas passamos.
E como diria o coelho da Alice:
"Não posso parar, estou atrasado, muito atrasado!"

Enquanto tentávamos alcançar a estante de cima na ponta dos pés
e nos equilibrávarmos nos enormes sapatos de nossos pais e espelhos,
se ia a ingenuidade da infância, assim sem querer.
E depois, se ia o aventurar da adolescência,
enquanto esquecíamos de traduzir o fugir em emoção e o impossível em ação.
Enquanto tentávamos em vão, não sermos tolos românticos, ou caretas nostálgicos.

Dias passados, notamos que as cores se foram, e que estamos sem brilho, sem luz...
E no espelho, agora encontramos senhores capitalistas e donos do imenso vazio que instauramos.
Estamos à beira de nós mesmos,
tentando fugir do nada, pra lugar nenhum,
num mundo de burocracia onde o coração perdeu a prioridade.
Onde deitar no campo e olhar o sol se pôr  já não se chama viver.
Então percebemos que deveríamos ter sentido, chorado, amado, vivido bem mais.

Hoje digo não a esse turbilhão,
que calem-se as línguas cansadas,
é hora de ouvir esse velho coração.
Antes que seja ele a dizer não.