Pulei da cama. É que tá uma gritaria lá fora!
Eu ouvi meu nome? Não, não é sonho!
E dá janela me pus a olhar. Tudo corria, nossa que atropelamento!
Calma, calma! E nada de acabar a passaria!
E eu que tentava acompanhar o que se passava já ia me sentindo alvoroçada por dentro.
E de onde não se esperava, vinha vida e mais vida...
Como se não pudesse conter o coração saltitante, botei a atenção pra fora e prestei a olhar tentando achar a fresta pra pular a tal janela e botar o pé na estrada sem encontrão e esbarramento. Deus que me deixe chegar são, mas já nada me salva!
E o que era grito foi ao vento e eu entrei no turbilhão. Roda viva, vida roda e a mente no tempo, que não trazia. Roda viva, vida roda e o vento que só levava. Roda viva, vida roda e a mente que não parava.
Ouvi meu nome. Era a roda, era a vida que rodopiava, e eu rezava pra não a calmaria, mas que se desse um entendimento. Pra que lado a contramão?
Movimentava em mim tudo dentro, e botava de ponta a cabeça, o que era começo, e por fim, era assim que a história se dava, sentia a falta de chegada, porque sem partida, era longa a estada.
Mas agora, sempre assim, era vida que não tinha fim...E eu?
Só queria ver o tempo parar, pra te olhar da janela a passar.
Queria braços pra apear, porque em partir e em chegar, que graça? Já não via.
Mas eu ouvi meu nome!!! E se fazia tarde, já perderá tanto esse tal tempo, que não permitia mais o tempo de ir sem mim, pois se ele anda e eu fico a bestar?
O tempo é de uma destreza que não me presto a deixar que me escape entre os dedos e eu fique a olhar.
Era pouco o tempo, e eu não decidia se me ia ou se a te olhar seguia. E nessa afobaria, nem pensar podia, amarrei então a tua vida na minha, pra não te perder, no ir e vir, dessa romaria.
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