10.1.10

A queda.

Como se nada pudéssemos contra o vazio
uma clausura em mim,
uma queda num escuro sem fundo, sem fim
o não poder, não ser, o não ter
O que há? O que se passou?
Para a renúncia, a oposição,
o paradoxo, a ingratidão
a inquisição, lenha na fogueira.

O que é então o amor ao rebento?
Um Produto? Efeito? Consequência?

Reação causal.
Uma força estranha que me deixou sem chão.
Quando o tudo que se é não representa.
É como se toda a existência,
que está voltada para a geração,
fosse apenas dispêndio de energia.
O esvaziamento se torna inevitável,
o esgotamento, o questionamento a todo o sentimento.

Onde está errado? Aonde o tal livro?
Em que página eu parei? Qual parte eu não li?

Se tudo é ingenuidade, é puro, só verdade,
então aonde o erro?

Enxuga minhas lágrimas e diz que é mentira.
Me leva pela mão, diz que me ama.
Te deito em sua cama,
me pede pra ficar,
Me abraça, não me deixa chorar.
Hoje eu sou a criança, aprendendo o que é o amar.
A vida é dura! Qual a parte que me cabe?
Hoje eu sou o seu erê, e você a alma velha
que me mostrou o abismo entre dois.
Não deixemos que ele se crie entre os lados,
que nada seja tão longe, que a profundidade não seja o escuro
Nenhum lugar de onde não possamos voltar.

Hoje? Tenho medo! Sou só o não saber.
Pra onde ir?
O querer estar e significar.
Só frustração!
O não entender, um embaraço, o receio, a mágoa.
Então me deixe aqui...
Preciso repor energias,
achar um novo caminho
que me ensine e guie ao plexo de nossas vias comuns.

Nenhum comentário:

Postar um comentário