A ilusão, o sonho da moça?
Desconsidero!
Depois, ela nem era tão moça assim
e ainda gostava de contos. Faz -me rir!
De súbito lhe consenti e de pronto me fizera gelar,
entrará em contato com a minha realidade!
Outro dia ela mudou os móveis de lugar,
acreditava que uma nova ordem se instaurara
mas lhe arranquei as roupas do armário e as espalhei pelo chão
ela então me fizera enraivecer
dançou sobre as roupas e como louca,
se vestiu de fada. Quis voar!
Bruscamente lhe gritei palavras sórdidas e desconexas,
Tomei-lhe o roteiro e o rosto nas mãos:
- Aqui eu brinco de Dono do mundo!
Não engrandeça, não ensandeça! Esse personagem não lhe fora concedido!
Enquanto isso pensava desejosamente:
- docemente arredia "a moça"! Será que me enganava? Será que me amava?
Desconsidero!
Sigo atrás da negação.
O amor é banal, cartas de amor são ridículas,
esses sentimentos me tiram as rédeas! Longe de mim!
E ela com esses modos de moça tosca...
bela, linda, clara...e tola!
Sem saber do perigo que rondava, brindava em taças de bolhas de sabão,
silenciava o torpor e me assistia ser, me permitia...ela queria estar ali!
Mas não me pediu pra ficar.
Tirou-me pra dançar, encostou a sua pele na minha, se achegou ao meu peito
e ronronou longamente em delírio manso.
Desconsidero!
Não me venha com flores e desvelos
são mazelas do seu enrede
ela sempre faz isso em meio ao caos anunciado, fingida!
Olha-me nos olhos e dissimula paixão
e quando não tem o que quer esperneia como menina mimada
Eu? Desconsidero!
Fico a observar de longe, não caio nessa!
Ela não volta, pisei em todas as cores de flores e todo o resto,
Fechei as portas, mas ando sem sossego, porque sei que ela está lá
disposta a me ter
e pronta pra não ser de ninguém.
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