Ai, adolescer e transmorrer na fonte!
Ai, não perceber a inevitável ponte...
Ai, não ver o dia feito uma doença.
Ai, não precisar de ilusões ou crença.
No fim da noite, um muralhar de rio...
No entardecer, elevação de missa...
Só ver da onça o ouro fugidio
E não sentir o cheiro de carniça.
O que foi vivido está comigo
vivo e sem olvido
O que está vivido está comigo
e me rejuvenesce
O que foi vivido
faz de nós agora o que nós somos...
...Enquanto que a sombra
do que nós seremos se aproxima e cresce
O que foi vivido
fantasia a morte e o riso apodrecido
O que foi vivido
faz de nós dois jovens de amor perdido
Ai, como era bom quando a indescência
Era carnaval
E a mentira transformava em aventura
o que era funeral
Dê-me o braço da lúxuria,
Antes que se apague a nossa contra-dança
Antes que se apague a nossa contra-dança
Ai, canções de amor e ódio
São adagas cravejadas
São adagas cravejadas de vingança
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